O advogado especialista Dr. Christian Zini Amorim destaca que a reforma tributária tem despertado atenção no meio empresarial, principalmente entre os donos de pequenos negócios. O principal desafio está em compreender como as novas regras influenciarão a carga tributária e os processos administrativos, já que qualquer mudança impacta diretamente o fluxo de caixa e a margem de lucro. Diante disso, a preparação precisa ser estratégica, técnica e personalizada.
Pequenas empresas representam uma parcela significativa da economia brasileira, e a forma como elas serão tratadas pela nova legislação fiscal poderá afetar diretamente o ritmo da recuperação econômica. A expectativa é que o Simples Nacional continue existindo, mas adaptações em tributos como PIS, Cofins, ICMS e ISS exigirão atenção. O desconhecimento ou a falta de planejamento pode gerar surpresas desagradáveis, como aumento de custos, problemas de conformidade e até insegurança jurídica.
Quais mudanças a reforma tributária propõe para os pequenos negócios?
A proposta de reforma prevê a unificação de tributos em um imposto sobre valor agregado, o IVA, dividido entre federal (CBS) e estadual/municipal (IBS). Para o advogado especialista Dr. Christian Zini Amorim, essa simplificação promete mais transparência, mas não necessariamente menos impostos. Embora o objetivo seja reduzir distorções, há risco de aumento de carga para setores hoje beneficiados por regimes diferenciados, o que inclui muitas pequenas empresas. O impacto será sentido especialmente por quem hoje paga pouco ou não recolhe certos tributos.

O modelo atual, baseado em regimes cumulativos e não cumulativos, deverá ser substituído por um sistema mais linear. Isso exigirá investimentos em sistemas de gestão, capacitação de equipes e revisão de contratos com fornecedores. A simplicidade para o Estado pode se traduzir em complexidade inicial para o empresário, principalmente aquele que não conta com suporte contábil constante. A adequação, portanto, deve começar o quanto antes, mesmo com o texto ainda em debate.
O que pode mudar na rotina financeira e contábil das pequenas empresas?
A implantação de um novo modelo tributário deve impactar diretamente a rotina administrativa, exigindo maior controle fiscal e integração entre áreas financeiras e contábeis. Segundo o Dr. Christian Zini Amorim, pequenas empresas que hoje trabalham com processos manuais ou pouco informatizados correm o risco de não acompanhar as exigências de emissão, escrituração e cruzamento de dados. Isso não apenas aumenta o risco de autuações, como também compromete a eficiência do negócio a médio prazo.
Além disso, o fluxo de caixa pode ser afetado pela mudança na lógica de crédito tributário. Atualmente, muitas empresas do Simples Nacional não usufruem de créditos, mas com o IVA, esse cenário pode mudar. Será necessário entender como compensar tributos pagos na cadeia produtiva e se o novo regime será, de fato, vantajoso. A decisão sobre migrar ou permanecer em determinado enquadramento fiscal deve ser tomada com base em cálculos concretos, e não apenas no instinto. A antecipação será um diferencial competitivo.
Como os empresários podem se preparar de forma prática?
A primeira atitude recomendada é buscar informação qualificada, evitando interpretações genéricas ou alarmistas. O advogado especialista Dr. Christian Zini Amorim sugere que os empresários consultem profissionais especializados para entender o impacto da reforma de forma personalizada. Fazer simulações com base no faturamento atual, estrutura de custos e operação pode revelar se o novo modelo trará economia ou aumento da carga.
Sistemas de ERP, relatórios contábeis bem estruturados e indicadores financeiros atualizados serão aliados poderosos na adaptação ao novo cenário. Pequenas empresas que se organizam hoje poderão se beneficiar de forma mais estratégica amanhã. Mais do que sobreviver à transição, o objetivo deve ser usar as mudanças para ganhar eficiência, melhorar a competitividade e garantir segurança jurídica. Não é tempo para improviso, mas sim para planejamento técnico e visão de longo prazo.
Caminho inevitável, escolhas possíveis
A reforma tributária não é apenas uma pauta política, mas uma realidade que tende a redesenhar o funcionamento das empresas no Brasil. O impacto será inevitável, mas o modo como cada empresário vai reagir fará toda a diferença. O Dr. Christian Zini Amorim reforça que quem se antecipa sai na frente, transformando um cenário de incertezas em oportunidades de crescimento. A chave está em compreender que mudanças tributárias não são apenas questões de impostos, mas também de estratégia e sustentabilidade do negócio.
Autor: Callister Jozeiros