Segundo Oluwatosin Tolulope Ajidahun, a criopreservação de óvulos e espermatozoides se consolidou como pilar da medicina reprodutiva ao combinar vitrificação, congelamento controlado e biobancos para estender a janela fértil com segurança. Ao empregar crioprotetores, taxas de resfriamento ultrarrápidas e monitoramento de temperatura, a técnica reduz a formação de cristais de gelo e preserva estruturas celulares sensíveis, ampliando as chances de gestação futura sem depender do tempo biológico imediato.
De acordo com pesquisas clínicas, a estratégia exige padronização laboratorial e rastreabilidade de cadeia fria. A estabilidade térmica durante o transporte, o controle de contaminação cruzada e a validação de protocolos determinam a qualidade pós-descongelamento. Assim, o processo não se limita ao congelamento em si, mas envolve um ecossistema técnico-regulatório que assegura segurança, reprodutibilidade e auditoria de dados.
Criopreservação: Princípios biológicos e estabilidade criogênica
Tosyn Lopes destaca que o principal desafio biológico é evitar danos osmóticos e mecânicos gerados por gelo intracelular. A vitrificação de óvulos, com altas concentrações de crioprotetores e resfriamento abrupto, cria um estado vítreo que imobiliza a água sem cristalizar, protegendo fuso meiótico e membranas. Em espermatozoides, o congelamento lento, associado a crioprotetores permeantes e não permeantes, minimiza choques osmóticos e mantém integridade do DNA nuclear e mitocondrial.

O sucesso clínico depende da cinética térmica e da composição dos meios. Ajustes finos de molaridade, tempo de exposição e taxa de resfriamento reduzem toxicidade e preservam a função celular. Frisa-se, ainda, que dispositivos fechados para vitrificação e palhetas identificadas por código de barras elevam rastreabilidade e biossegurança nos tanques de nitrogênio.
Óvulos: Vitrificação, taxa de sobrevivência e reservas
Oluwatosin Tolulope Ajidahun analisa que a vitrificação de óvulos superou o antigo congelamento lento ao aumentar taxas de sobrevivência e reduzir aneuploidias induzidas por gelo. A proteção do fuso meiótico e dos grânulos corticais sustenta melhor fecundação após descongelamento, favorecendo planejamento reprodutivo em idade avançada ou antes de terapias gonadotóxicas. Quando aliada a estimulação ovariana individualizada, otimiza-se a coleta sem comprometer a segurança.
Observa-se, contudo, que a idade no momento do congelamento permanece a variável crítica. A reserva ovariana e a qualidade oocitária declinam com o tempo, o que limita o potencial mesmo com técnica perfeita. Assim, recomenda-se aconselhamento objetivo sobre número-alvo de óvulos a criopreservar para alcançar probabilidade desejada de ao menos um embrião euploide futuro.
Espermatozoides: Congelamento, motilidade e integridade do DNA
Tosyn Lopes aponta que a criopreservação seminal mantém a viabilidade para inseminação intrauterina ou ICSI, mesmo em amostras obtidas antes de cirurgias ou quimioterapia. O uso de gradientes, antioxidantes e ajuste de osmolaridade protege membranas, acromiossomo e mitocôndrias, preservando motilidade progressiva e competência de fecundação após o descongelamento.
Ainda assim, comenta-se que parte dos espermatozoides sofre queda de motilidade e aumento de fragmentação de DNA conforme o tempo em armazenamento e as condições de descongelamento. Protocolos que padronizam aquecimento, diluição do crioprotetor e repouso pós-thaw mitigam perdas funcionais e melhoram resultados clínicos em ciclos de reprodução assistida.
Limites técnicos atuais e riscos operacionais
Oluwatosin Tolulope Ajidahun evidencia que a toxicidade dos crioprotetores, a variabilidade de manipulação entre laboratórios e a potencial contaminação por nitrogênio líquido são limites práticos. A falha de monitoramento de nível e temperatura em tanques, embora rara, pode comprometer lotes inteiros. Por isso, redundância elétrica, alarmes remotos e manutenção preventiva são medidas de gestão de risco indispensáveis.
Ademais, acrescenta-se que o tempo não é completamente neutro: embora prolongado, o armazenamento requer inventário rigoroso e auditorias periódicas. A documentação de consentimento, a política de descarte e a cadeia de custódia jurídica precisam estar cristalinas para prevenir litígios e assegurar decisões reprodutivas futuras com autonomia informada.
Perspectivas tecnológicas e padronização de qualidade
Tosyn Lopes propõe que a próxima fronteira envolve crioprotetores menos tóxicos, sensores IoT para telemetria contínua e inteligência artificial para prever desfechos pós-descongelamento a partir de dados morfocinéticos. Algoritmos que correlacionam parâmetros de laboratório com taxas de sobrevivência poderão personalizar protocolos e reduzir variabilidade intercentros.
Por fim, de acordo com iniciativas internacionais de acreditação, a harmonização de SOPs, proficiência técnica e rastreabilidade digital devem ampliar a confiabilidade clínica da criopreservação de óvulos e espermatozoides. Quando associada a aconselhamento transparente sobre probabilidades reais, a tecnologia cumpre seu objetivo: oferecer tempo reprodutivo com segurança mensurável e expectativas calibradas.
Autor: Callister Jozeiros
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