O debate sobre a tecnologia na política brasileira ganha força num momento decisivo que pode selar o destino do desenvolvimento científico e tecnológico no país. A iminente decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, conhecida como CIDE, está na mira do governo, da comunidade científica e do setor produtivo. Essa contribuição é vital para financiar o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, base para investimentos em inovação.
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, deixou claro que a arrecadação da CIDE representa mais de 70% dos recursos do FNDCT em 2025, mostrando que a tecnologia na política não é um discurso vazio, mas uma questão de sobrevivência para a indústria da inovação nacional. Sem essa receita, o Brasil corre o risco de estagnar investimentos estratégicos em inteligência artificial, segurança cibernética, semicondutores e outras frentes que definirão o protagonismo do país no cenário global.
Mais do que uma simples discussão financeira, a tecnologia na política mostra sua importância como ferramenta de soberania. Em um mundo dominado por avanços tecnológicos, a decisão do STF sobre a manutenção da CIDE não é apenas sobre arrecadação, mas sobre manter o Brasil na rota do desenvolvimento autônomo, evitando dependência tecnológica e garantindo que o conhecimento produzido seja valorizado internamente.
No horizonte, o governo federal reforça seu compromisso com a tecnologia na política por meio dos Programas Prioritários de Interesse (PPIs), que buscam dar segurança jurídica e clareza para investimentos em setores emergentes como blockchain, computação quântica e inteligência artificial. Essas iniciativas visam consolidar o país como um polo tecnológico competitivo, capaz de atrair capital e mão de obra qualificada, elementos indispensáveis para o crescimento sustentável.
O diálogo entre tecnologia e política também exige ação para a capacitação profissional e infraestrutura adequada, pilares que sustentam qualquer avanço inovador. A luta por recursos que alimentam a ciência e tecnologia do Brasil é, portanto, uma luta direta por manter o país relevante no mapa da inovação mundial e assegurar que os frutos dessa revolução tecnológica sejam colhidos pela população.
O julgamento marcado para 6 de agosto pelo STF será o grande momento decisivo. A manutenção da CIDE garantirá que o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico continue abastecido, evitando um colapso nos investimentos e mantendo o ritmo de pesquisa e desenvolvimento que o Brasil precisa para não ficar para trás.
Por fim, a tecnologia na política não pode ser vista como tema secundário ou mera retórica. Ela está no cerne da luta por autonomia, progresso e poder de decisão do Brasil. O futuro da inovação nacional depende, em grande medida, dessa decisão. O país está diante de um ponto de inflexão que definirá se continuará avançando na modernização tecnológica ou sucumbirá a dificuldades financeiras e políticas que atrasam seu desenvolvimento.
Autor: Callister Jozeiros